domingo, 30 de maio de 2010

Soap.



 
Hoje decidi revelar uma coisa.
É algo insignificante mas nunca o tinha feito aqui antes.
Adoro sabonetes.
Sim sabonetes coloridos, perfumados, suaves e super banais.
Acho-os objectos sensíveis e intimos.
Não que não seja adepto do revolucionário gel de duche.
Mas um sabonete acho-o muito mais luxuoso.
Muito mais requintado e genuíno.
Quase que naïf é qualquer coisa  que acho deliciosa.
Se me queres agradar, oferece-me um sabonete invulgar.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

I can.



Estou mais feliz hoje.
Parece que a faculdade ficou mais palpável hoje.
Sinto que vou conseguir e estou mais perto disso.

Tiago Almeida - 14 - Aprovado

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Recusa.



Hoje senti-me fraco.
Senti-me vazio e desvitalizado.
Sinto que a vida anda triste comigo e eu triste com a vida.
Ouço as batidas do meu coração perderem o ritmo.
Queria ser mais forte e destemido.
Gostava de saber arriscar.
Começo a esquecer-me de sorrir.
Acredito que me desfaço aos poucos.
Quero de uma vez perder tudo.
Quero chegar ao limite e levantar-me.
Fico assim a ver os dias passar.
Sendo um mero espectador da minha própria vida.
Queria chorar até me sentir seco.
Gostava de experimentar a felicidade.

Esgotar-me de tristezas e angústias.

Gostava de ter o que me falta.
Gostava de sorrir por fora e ainda mais por dentro.
Estou desgastado e ferido pelo tempo.
'O medo mora comigo.'
Grito bem fundo.
Grito e não me ouço.


Morrer em suaves movimentos.

domingo, 16 de maio de 2010

^^.

Colorido.



O músico de ascendência libanesa percorreu todos os melhores momentos dos seus dois coloridos álbuns e usou e abusou de uma iconografia muito própria - inclui pernas insufláveis gigantes, planetas suspensos sob o palco, prisioneiros com cabeças de porco, marionetas, noivas mexicanas, caveiras e astronautas.
A história por trás do concerto começa, em vídeo, com uma ajudinha do actor Ian McKellen, que anuncia a morte do artista em pleno foguetão lançado para o espaço. Mika entra em palco vestido de astronauta, pairando no ar até assentar os pés em terra firme: nas mãos traz uma mala de cartão de onde sairão os mais inesperados objectos ao longo do concerto. Mal aterra, soltam-se os primeiros acordes de "Relax, Take it Easy" e a loucura generalizada instala-se.
Durante as duas horas de espectáculo, pais, filhos, netos, irmãos, amigos e colegas soltaram a criança que há em si para festejar a alegria que se pressente das canções (que de infantil têm, a bem dizer, muito pouco) de Life in Cartoon Motion e The Boy Who Knew Too Much .
A figura franzina de Mika, muito bem acompanhado por uma banda que tem tanto de competente como de divertido, percorreu o palco de lado a lado, saltou, dançou de forma desgovernada e cantou a plenos pulmões (sempre com um falsete irrepreensível) os temas mais intimistas (destaque aqui para o belíssimo "I See You" e a balada soul "Happy Ending") e as composições mais agitadas - "Big Girl (You Are Beautiful)" foi servida bem no início, mas foi especialmente em "Rain" e "Blame It on the Girls" que os ânimos foram ao rubro.
Comunicativo - traduzindo quase sempre as suas palavras num português muito bem articulado - o cantor explicou ao público que esta era a última noite da digressão e que por isso a banda queria dar tudo o que tinha para dar. "Tentem divertir-se o mais que conseguirem. Pode ser terça-feira, mas aqui dentro é sábado e o Benfica ganhou" foi a frase que lhe valeu alguns apupos, aos quais respondeu com um humilde: "O que sei eu? Eu só canto".


Foi o máximo, e eu estive lá.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Store.




Ele era bonito, meio baixo e com um ar simpático.
Entrou numa loja de roupa, foi logo abordado pelo empregado.
Uma abordagem excessiva até.
Meio confuso começou a ver, a escolher, a experimentar.
Parecia que o empregado o perseguia.
Tinha a sensação que estava a ser observado.
Do nada repara que tem o empregado a sua frente.
Pensou: ' Waw, este tipo é lindo!'
A troca de sorrisos começou, as insinuações sexuais surgiram, o interesse mutuo manifestou-se.
Tornou-se intensa aquela compra.
De simples cortesias e ofertas de ajuda, passaram a um nivel seguinte de intimidade.
Falavam-se como dois colegas de liceu, fintavam olhares como dois profissionais da sedução.
Sentiam que queriam mais.
Que queriam quebrar aquela barreira.
Como que numa avalanche de atrevimento trocaram convites, revelaram orientações sexuais, trocaram contactos, marcaram encontros.
Tudo em minutos.
Tudo em contra-relógio.
Foi explicito.
Foi intrigante, foi marcante aquela compra.

Será que o excesso de simpatia causa abuso?
Será que a evidência não deveria ser controlada?



terça-feira, 4 de maio de 2010

Miss you.



São mais do que pedras da rua.
São mais do que simples olhares.

São únicos como um pôr do sol.
São únicos como um abraço de amor.

São genuinos como a verdade.
São genuinos como um sorriso.

São raros como diamantes.
São raros como o tempo.

São precisos como o sol.
São precisos como o respirar.

São importantes como os afectos.
São importantes como o nosso dia.

São marcantes como giz branco.
São marcantes como um prego cravado.

São parte do que somos.
São parte do que queremos ser.

São presentes como o sonhar.
São presentes como o azul do céu.

São dádivas da vida.
São dádivas de Deus.

São os bons amigos, os únicos que levamos desta vida.

sábado, 1 de maio de 2010

Gosto.


Era assim que o silêncio devia soar.


Selfishness.


Quero
voar mas estou sem forças
respirar mas o ar sufoca-me
sonhar mas não consigo pegar o sono
amar mas não tenho sentimento
sentir o queimar das palavras frias
cair no abismo
perder-me de tudo e encontrar vida
trazer-te em mim
sorrir como um louco e morrer
chorar até perder o fôlego de tanto rir
quero o que não tenho até o ter
experimentar muito sem me mexer
quero-te a ti se me quiseres
ser sincero com mentiras
fundir dor com prazer


Quero
sobretudo aprender a viver