terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vergonha?.

E foi assim que me deixaste.
Foi assim caído no chão, desiludido e 'des-esperançado'.





Tu que eras o meu porto seguro. Tu que para mim eras a personificação da palavra Confiança.
Foi como andar 334 dias empenhado, 8016 horas de dedicação a construir um castelo de cartas para depois de tudo ficar ali, a vê-lo desmoronar sem reacção possível.
Sem poder fazer nada.
O que supostamente era para sempre, o que supostamente era bom, o que supostamente era amor.
Explodiu..tonou-se ódio e mágoa.
Perceber que tu és tudo aquilo que eu disse que nunca serias, doeu.
Eras a minha pedrinha da sorte ou a minha lotaria premiada, e neste momento és a única pessoa que quero conseguir nunca perdoar.
Magoaste-me e fizeste-me sentir coisas novas.
Coisas maravilhosas e coisas horriveis que só desejo a ti mesmo. 
Fizeste-me sentir frágil pela primeira vez, fizeste-me voar, fizeste-me sentir protegido e fizeste-me chorar.
Um choro diferente de todos os que já tive, um choro que nem a minha mãe conseguiu aliviar.
Um choro que me impediu de dormir de noite e sobretudo um choro que me faz sentir culpa do que aconteceu.
Quero com todas as forças fazer-te mal, odeio-te... e odeio-me por não o conseguir.
Desinsuflaste a minha auto-confiança, fragilizaste o que eu era.
É mau sentir que te perdi de vez, é ainda pior sentir que outro ocupa o lugar que era meu, quando apesar de tudo eu estou aqui a perder tempo a escrever sobre ti. Sobre nós.
Queria esquecer-te de uma vez. Queria deixar de sonhar contigo.
Queria apagar os maus momentos que vivemos e sobretudo os bons.
Queria ter a tua imunidade sentimental para conseguir seguir em frente.
Não por falta de apoio, não por falta de pessoas extraordinárias à minha volta que merecem mais que tu ocupar aquele lugar que tu me mostraste onde fica.
Apenas porque ainda te sinto em mim, o teu cheiro a desinfectante.
Nem que fosse para daqui a uma semana estar a discutir de novo...gostava quando te tinha na minha vida.


Tenho saudades da Caty, saudades da tua boneca dos anos 20, saudades do candeeiro de tecto com franjas pretas, do adormecer a ver filmes no chão da sala, do subir até ao 1º esquerdo carregado de caixas e caixotes, saudades dos jardins que passeamos, saudades do 14-04-PT, saudades do Martin, das tuas tentativas de elaborar uma boa refeição, do tempo que assistir televisão era quase impossível, e até saudades da tua varanda.
Fomos tudo isto e muito mais. Desculpa sobretudo os bons momentos que te ofereci.
Hoje ainda choro, mas agora com orgulho de cada lágrima que me desce a cara.




Nuno Miguel Jacob Branco - elemento do sexo masculino que conseguiu mudar-me para sempre










( Tu que gostas de mim, desculpa este post. )
( Mas sabes que me fêz bem escrevê-lo. Obrigado )



3 comentários:

  1. Chorei em cada palavra que li, pois em cada palavra revi-me em ti.. Um choro e uma dor que nem a mãe apaga ou acalma. Um vazio no peito que doi de tal forma que chega a raspar nos pulmões que, de repente, deixaram de funcionar. E de repente o ar deixou de existir! Queres respirar e não consegues. E o chão que pisas...não!! Não é o mesmo!! Este agora move-se, fere e queima.
    Quanto ao outro que ocupa um lugar vazio, deixado por ti..por nós..só penso: coitado..mais um!!!
    E um dia uma amiga abraçou-me. Não me deixou sofrer mais. Esbofeteou-me de amizade e acordou-me para a vida. Percebi que tê-lo perdido tinha sido o melhor que me poderia ter acontecido, pois não era o tal..
    E tu!! Que gostas tanto do Mika..fica sabendo que uma das suas musicas foi a minha inspiração. A mulher que narrava a história dizia: "E nunca mais fui feliz"..Pois!! de facto!! Mas o ex dela e a mulher dele foram. E eu decidi..RECUSO-ME A SER INFELIZ!!! VOU ENCONTRAR QUEM ME AME E AMAR COMO SEMPRE AMEI!! DE CORAÇÃO ABERTO OFEREÇO-TE O MEU AMOR MAIS PURO

    ResponderEliminar
  2. 2.º comentário do VERN.
    O ser humano quando vai ao zero, sem defesas, sem resguardos, quando está no centro da fragilidade, no centro do sofrimento e da tristeza, uanto sente que aquilo em que acreditava desabou.
    É nessa altura que,o Homem, quando tudo o que pensara ser, já não é. Quando tudo o que pensara ter, já não é também, nesse momento,que se dá uma transformação. É na perda, na perda absoluta que se dá a transformação. Nessa altura a luz entra, entra verdadeiramente pela parte que tem de entrar, E as coisas começam realmente a fazer sentido. Tudo o que tinhas já não é. O que de virá de novo?

    A tua consciência agora aceita as várias possibilidades que a vida te oferece, e não as únicas possibilidades que te agradavam, como até agora. A tua consciência começa agora a funcionar, começa agora aceitar coisas. É nesta altura que acontecem as grandes catarses,(libertar o que sentimos, limpeza interior) No meio do zero, no fundo do caos. E depois disto passado, depois de tudo estar remendado, surge a vida as novas alternativas a liberdade as possibilidades que nem pensavamos que existiam.
    Abraço do teu amigo Psico-arquitecto e Filosofo do banal.

    ResponderEliminar
  3. Olha como foste, es e vais ser sempre importante para mim... Crias te um pouco do que sou, e contnuas a criar... es parte de mim. nao tenho vergonha disso. do que foste, es e seras para mim. porque tudo foi bom, é e sera! Aprendi muito contigo e quero aprender ainda mais! Amigo! Chora, que eu choro contigo. grita que eu grito contigo! Sofre que eu sofro contigo! somos um pouco de cada um. sou um pouco de ti :)

    ResponderEliminar