Há músicas que nos elevam a estados de espírito deliciosos.
Existem também estados de espírito que nos derrubam e nos fazem sentir a cara no chão.
Sentimos o que não queremos.
É como quando lutamos muito por algo e no final aquilo que tanto queriamos nos magoa.
Leva-nos o sabor da ferrugem à boca. Acho que é a isso que sabe a derrota.
Gostar é bom, amar é ainda melhor. Relacionar-se é quase impossível.
Pra quê subir se inevitávelmente se cai?
É como querer cortar os pulsos só porque depois vai sarar.
Não faz sentido amar.
Porque não conseguimos ser mais básicos no que respeita a sentimentos?
Serei eu o único idiota que não está programado para amar e ser amado?
Preciso de tudo o que não tenho.
E não valorizo o que tenho.
O que se passa comigo?
Começo a odiar-me.
Mas choro, ainda sei chorar.
Grita-me antes que comece a deixar-te partir.