Come in.

Parece que já passou o primeiro dia sem saber dele.

Passou apenas por passar.

Senti-me estranho, cada minuto que passou foi uma nova tentativa de ocupar a minha cabeça com qualquer coisa que não a falta dele. Quis não pensar nisso e sobretudo quis não me deixar inundar pela dor.

Senti um nó na barriga o dia todo. Senti que me estava a faltar alguma coisa, talvez apenas uma razão para querer viver.

Quero que esta distância termine. Quero sentir a mão dele outra vez.

Sei que não devia ter-me pegado tanto, sei que desta vez deveria ter sido mais crescido.

Mas não consegui e pela primeira vez pus tudo de mim numa relação.

Até ingredientes que não pensava ter nas minhas gavetas.

Sinto-me um bocado idiota agora.

Parece que a nossa balança do gostar estava desiquilibrada.

E infelizmente mais pesada no meu lado.

Não quero deixar de gostar dele, apenas quero equilibrar a balança.

É que desta forma o jogo fica um pouco injusto.

Já cheguei a pôr a hipotese de ele nunca mais me dizer nada.

E se assim for? Faço o quê?

Hoje não usei a pulseira dele. Talvez numa tentativa frustrada de não pensar nisto.

Tenho-a ali na minha mesinha de cabeceira.

Estou também com algum receio da noite que aí vem. Com o cair da noite tenho tendência a fragilizar e hoje não quero chorar.

Quero rir-me. Ser capaz de olhar para isto como qualquer coisa insignificante, mas sei que não o é.

Posso estar a ser dramático como já me foi dito hoje, e sinceramente é o que mais quero, que isto passe de uma vez e eu me consiga rir do dramático que fui hoje.

Estou à tua espera.

À espera da tua mensagem, à espera do teu telefonema...e sobretudo à espera do teu regresso à minha vida.

A porta está encostada. É só entrares.