E foi assim que me deixaste.
Foi assim caído no chão, desiludido e 'des-esperançado'.
Tu que eras o meu porto seguro. Tu que para mim eras a personificação da palavra Confiança.
Foi como andar 334 dias empenhado, 8016 horas de dedicação a construir um castelo de cartas para depois de tudo ficar ali, a vê-lo desmoronar sem reacção possível.
Sem poder fazer nada.
O que supostamente era para sempre, o que supostamente era bom, o que supostamente era amor.
Explodiu..tonou-se ódio e mágoa.
Perceber que tu és tudo aquilo que eu disse que nunca serias, doeu.
Eras a minha pedrinha da sorte ou a minha lotaria premiada, e neste momento és a única pessoa que quero conseguir nunca perdoar.
Magoaste-me e fizeste-me sentir coisas novas.
Coisas maravilhosas e coisas horriveis que só desejo a ti mesmo.
Fizeste-me sentir frágil pela primeira vez, fizeste-me voar, fizeste-me sentir protegido e fizeste-me chorar.
Um choro diferente de todos os que já tive, um choro que nem a minha mãe conseguiu aliviar.
Um choro que me impediu de dormir de noite e sobretudo um choro que me faz sentir culpa do que aconteceu.
Quero com todas as forças fazer-te mal, odeio-te... e odeio-me por não o conseguir.
Desinsuflaste a minha auto-confiança, fragilizaste o que eu era.
É mau sentir que te perdi de vez, é ainda pior sentir que outro ocupa o lugar que era meu, quando apesar de tudo eu estou aqui a perder tempo a escrever sobre ti. Sobre nós.
Queria esquecer-te de uma vez. Queria deixar de sonhar contigo.
Queria apagar os maus momentos que vivemos e sobretudo os bons.
Queria ter a tua imunidade sentimental para conseguir seguir em frente.
Não por falta de apoio, não por falta de pessoas extraordinárias à minha volta que merecem mais que tu ocupar aquele lugar que tu me mostraste onde fica.
Apenas porque ainda te sinto em mim, o teu cheiro a desinfectante.
Nem que fosse para daqui a uma semana estar a discutir de novo...gostava quando te tinha na minha vida.
Tenho saudades da Caty, saudades da tua boneca dos anos 20, saudades do candeeiro de tecto com franjas pretas, do adormecer a ver filmes no chão da sala, do subir até ao 1º esquerdo carregado de caixas e caixotes, saudades dos jardins que passeamos, saudades do 14-04-PT, saudades do Martin, das tuas tentativas de elaborar uma boa refeição, do tempo que assistir televisão era quase impossível, e até saudades da tua varanda.
Fomos tudo isto e muito mais. Desculpa sobretudo os bons momentos que te ofereci.
Hoje ainda choro, mas agora com orgulho de cada lágrima que me desce a cara.
Nuno Miguel Jacob Branco - elemento do sexo masculino que conseguiu mudar-me para sempre
( Tu que gostas de mim, desculpa este post. )
( Mas sabes que me fêz bem escrevê-lo. Obrigado )